segunda-feira, 12 de março de 2012

Politica de Turismo para Coimbra...reflexão


O Turismo é um sector económico que por si só representa 11 % do PIB nacional e 10 % dos empregos. Entre 2004 e 2010 a % de participação deste sector no PIB variou cerca de 3% (de 8% para 11%). O Objectivo do PENT é atingir em 2015 15% do PIB.
Curioso é observar que só recentemente chegam a público, e nomeadamente às televisões dos portugueses, as campanhas publicitárias que mostram um país que muito poucos portugueses conhecem.
Tudo isto poderá ser fácil de perceber quando o Sr. Presidente da Republica sugere aos portugueses que “vão para fora cá dentro”. Mas pergunto-me, é preciso vivermos uma crise para nos apercebermos que temos um país magnífico por explorar? Será que necessitamos que venham os nossos “clientes” do estrangeiro dizer-nos que Portugal é lindíssimo?

Faz todo o sentido definir e desenvolver uma estratégia nacional de turismo. Somos um país pequeno, mas de imensos recursos. Quantos deles subaproveitados; quantos deles subestimados em prol dum destino paradisíaco estrangeiro, porventura e comparativamente mais barato.
Felizmente temos Entidades que nos indicam o caminho mais correcto; que tentam rentabilizar os meios disponíveis e optimizar ao máximo os seus recursos, em prol dum bem comum, dum bem nacional. Em prol da melhor promoção e divulgação da marca Portugal.
O Centro de Portugal é uma marca que todos conhecemos. Mas há quanto tempo? Quem não se lembra de ouvir slogans de Aveiro, Figueira da Foz, Viseu, entre muitas outras cidades do centro? Faz todo o sentido promover regiões que se complementam, faz todo o sentido integrar parcerias que nos levem além fronteiras, quer sejam elas a norte ou a sul do País.
A Entidade de Turismo do Centro encerra em si o árduo trabalho de promover 58 municípios, todos diferentes, mas todos com enorme potencial. O afamado PENT definiu para o centro 6 produtos estratégicos, de acordo com os recursos existentes na região:

Produtos core: touring cultural e turismo natureza

Produtos complementares: golf, resorts integrados/turismo residencial, saúde e bem estar e gastronomia e vinhos (para combate à sazonalidade)

Se me permitem, ouso dizer que produtos como o sol e mar, turismo náutico e turismo de negócios são estratégicos para o crescimento da região, quer pela industria e serviços aqui instalados, quer pela nossa costa marítima.
A redefinição do PENT é por isso essencial, respeitando as estratégias e dinâmicas regionais e locais.
Onde está Coimbra e que produtos promove?
Coimbra está a perder tempo; Coimbra está a perder força e mercado, Coimbra está sobretudo a perder turistas... Coimbra lamentavelmente não tem uma estratégia!

Coimbra vive de, para e com a Universidade mais antiga do País. Mas será suficiente continuar a viver à sombra de tão magnífico monumento? Será que os clientes deste honroso património não merecem mais respeito dos líderes desta cidade, desta linda cidade que em tempos foi capital do Centro?
O potencial turístico de Coimbra é ilimitado.

Comecemos por observar a sua localização: centro do país, a meio caminho de Lisboa e do Porto. Ponto de passagem? Porque não? Aproveitemos esta mais-valia. Criemos opções que levem os turistas a fazer um desvio na A1…É essencial realizar este cross-selling.

Tiremos proveito dos Hospitais; tiremos proveito da fama que temos e que conotou esta cidade como uma referência no sector da saúde em Portugal e no estrangeiro.
Tiremos proveito da Universidade! Estudantes temos aos milhares; professores temos às centenas; corpus científicos credenciados temos excelentes grupos formados.

Coimbra já foi uma referência cultural e cientifica nacional.

O Turismo de Negócios pode e deve ser estrategicamente explorado.
Continuamos a ter os recursos ao dispor, porque não os rentabilizamos?
Vão me dizer, mas Coimbra tem milhares de turistas por ano que visitam a Universidade, as Igrejas, que vêm participar nas festas religiosas e na Queima das Fitas.
Pergunto eu: e onde fica a dinâmica local? Onde fica o desenvolvimento da economia local? Quero dizer, onde se gasta dinheiro? Nos centros comerciais? Sim, com certeza que sim, mas a cidade precisa de inputs mais fortes.
Um Convention Visit no centro.

Coimbra precisa de promover as diligências necessárias e sobretudo é essencial que demonstre vontade de dinamizar esta estrutura. Coimbra deve e pode liderar este projecto.

Certos lobbies dirão que Aveiro reúne melhores condições, porque tem mais industria.

Mas Coimbra sairá seguramente a ganhar se souber conjugar o seu patrimínio histórico cientifico-cultural.
Quando temos destinos concorrências, temos de nos distinguir, temos de saber realçar os nossos pontos fortes. Coimbra, por si só, é um ponto forte!

Começamos a perceber como é essencial preservar, manter, requalificar, adaptar.


Podemos apontar o Museu Nacional Machado de Castro ou o Mosteiro de Santa Clara a Velha como bons exemplos do que devemos fazer para que a nossa identidade perdure…

Foram criados espaços verdes para promoção da vida familiar….

Até os centros comerciais, os estádios de futebol ou mesmo a tipologia das grandes superfícies, fazem toda a diferença.

Um destino turístico deve ser completo. Deve reunir as melhores condições antes, durante e após a visita dos seus turistas. De que vale ter um hotel de 4 estrelas, quando o room–service é de duas ? É essencial tomar consciência que é preciso melhorar a qualidade de serviço, que é uma mais valia planificar com coerência o território e, cada vez mais, é crucial proteger o ambiente, que é um recurso básico e cheio de potencial turístico.
O mundo está em constante mutação; os turistas são cada vez mais exigentes, nós temos de ser ainda mais exigentes. Temos de ser nós a criar a necessidade no turista e não esperar que a necessidade nos seja apresentada.
Felizmente ou não, quase tudo já foi inventado.
Copiar os bons exemplos, não é plágio, é sinal de inteligência.

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