O Turismo
é um sector económico que por si só representa 11 % do PIB nacional e 10 % dos
empregos. Entre 2004 e 2010 a % de participação deste sector no PIB variou
cerca de 3% (de 8% para 11%). O Objectivo do PENT é atingir em 2015 15% do PIB.
Curioso
é observar que só recentemente chegam a público, e nomeadamente às televisões
dos portugueses, as campanhas publicitárias que mostram um país que muito
poucos portugueses conhecem.
Tudo
isto poderá ser fácil de perceber quando o Sr. Presidente da Republica sugere aos
portugueses que “vão para fora cá dentro”. Mas pergunto-me, é preciso vivermos
uma crise para nos apercebermos que temos um país magnífico por explorar? Será
que necessitamos que venham os nossos “clientes” do estrangeiro dizer-nos que
Portugal é lindíssimo?
Faz
todo o sentido definir e desenvolver uma estratégia nacional de turismo. Somos
um país pequeno, mas de imensos recursos. Quantos deles subaproveitados;
quantos deles subestimados em prol dum destino paradisíaco estrangeiro,
porventura e comparativamente mais barato.
Felizmente
temos Entidades que nos indicam o caminho mais correcto; que tentam rentabilizar
os meios disponíveis e optimizar ao máximo os seus recursos, em prol dum bem
comum, dum bem nacional. Em prol da melhor promoção e divulgação da marca
Portugal.
O
Centro de Portugal é uma marca que todos conhecemos. Mas há quanto tempo? Quem
não se lembra de ouvir slogans de Aveiro, Figueira da Foz, Viseu, entre muitas
outras cidades do centro? Faz todo o sentido promover regiões que se
complementam, faz todo o sentido integrar parcerias que nos levem além
fronteiras, quer sejam elas a norte ou a sul do País.
A
Entidade de Turismo do Centro encerra em si o árduo trabalho de promover 58 municípios,
todos diferentes, mas todos com enorme potencial. O afamado PENT definiu para o
centro 6 produtos estratégicos, de acordo com os recursos existentes na região:
Produtos
core: touring cultural e turismo natureza
Produtos
complementares: golf, resorts integrados/turismo residencial, saúde e bem estar
e gastronomia e vinhos (para combate à sazonalidade)
Se
me permitem, ouso dizer que produtos como o sol e mar, turismo náutico e
turismo de negócios são estratégicos para o crescimento da região, quer pela
industria e serviços aqui instalados, quer pela nossa costa marítima.
A
redefinição do PENT é por isso essencial, respeitando as estratégias e
dinâmicas regionais e locais.
Onde
está Coimbra e que produtos promove?
Coimbra
está a perder tempo; Coimbra está a perder força e mercado, Coimbra está
sobretudo a perder turistas... Coimbra lamentavelmente não tem uma estratégia!
Coimbra
vive de, para e com a Universidade mais antiga do País. Mas será suficiente
continuar a viver à sombra de tão magnífico monumento? Será que os clientes
deste honroso património não merecem mais respeito dos líderes desta cidade,
desta linda cidade que em tempos foi capital do Centro?
O
potencial turístico de Coimbra é ilimitado.
Comecemos
por observar a sua localização: centro do país, a meio caminho de Lisboa e do Porto.
Ponto de passagem? Porque não? Aproveitemos esta mais-valia. Criemos opções que
levem os turistas a fazer um desvio na A1…É essencial realizar este
cross-selling.
Tiremos
proveito dos Hospitais; tiremos proveito da fama que temos e que conotou esta cidade
como uma referência no sector da saúde em Portugal e no estrangeiro.
Tiremos
proveito da Universidade! Estudantes temos aos milhares; professores temos às
centenas; corpus científicos credenciados temos excelentes grupos formados.
Coimbra
já foi uma referência cultural e cientifica nacional.
O
Turismo de Negócios pode e deve ser estrategicamente explorado.
Continuamos
a ter os recursos ao dispor, porque não os rentabilizamos?
Vão
me dizer, mas Coimbra tem milhares de turistas por ano que visitam a
Universidade, as Igrejas, que vêm participar nas festas religiosas e na Queima
das Fitas.
Pergunto
eu: e onde fica a dinâmica local? Onde fica o desenvolvimento da economia
local? Quero dizer, onde se gasta dinheiro? Nos centros comerciais? Sim, com
certeza que sim, mas a cidade precisa de inputs mais fortes.
Um Convention
Visit no centro.
Coimbra
precisa de promover as diligências necessárias e sobretudo é essencial que
demonstre vontade de dinamizar esta estrutura. Coimbra deve e pode liderar este
projecto.
Certos
lobbies dirão que Aveiro reúne melhores condições, porque tem mais industria.
Mas
Coimbra sairá seguramente a ganhar se souber conjugar o seu patrimínio
histórico cientifico-cultural.
Quando
temos destinos concorrências, temos de nos distinguir, temos de saber realçar
os nossos pontos fortes. Coimbra, por si só, é um ponto forte!
Começamos
a perceber como é essencial preservar, manter, requalificar, adaptar.
Podemos
apontar o Museu Nacional Machado de Castro ou o Mosteiro de Santa Clara a Velha
como bons exemplos do que devemos fazer para que a nossa identidade perdure…
Foram
criados espaços verdes para promoção da vida familiar….
Até
os centros comerciais, os estádios de futebol ou mesmo a tipologia das grandes
superfícies, fazem toda a diferença.
Um
destino turístico deve ser completo. Deve reunir as melhores condições antes,
durante e após a visita dos seus turistas. De que vale ter um hotel de 4
estrelas, quando o room–service é de duas ? É essencial tomar consciência que é
preciso melhorar a qualidade de serviço, que é uma mais valia planificar com
coerência o território e, cada vez mais, é crucial proteger o ambiente, que é
um recurso básico e cheio de potencial turístico.
O
mundo está em constante mutação; os turistas são cada vez mais exigentes, nós
temos de ser ainda mais exigentes. Temos de ser nós a criar a necessidade no
turista e não esperar que a necessidade nos seja apresentada.
Felizmente
ou não, quase tudo já foi inventado.
Copiar
os bons exemplos, não é plágio, é sinal de inteligência.
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