segunda-feira, 26 de março de 2012

Pensamento do dia...O Futuro de Coimbra..


Estive recentemente na apresentação do livro " O Futuro das Cidades" do Prof.José Mendes que aconteceu em Coimbra no Museu Machado de Castro. O livro é um ensaio interessante sobre as Mega Tendências e as Tendências sobre o futuro das cidades num contexto de globalização. Este tema é muito interessante e importante, tanto mais quando julgo de extrema importância a definição de um Plano Estratégico para o futuro da cidade de Coimbra, conforme já tive oportunidade de dizer na Convenção Autárquica do PS. Para definir um Plano Estratégico é necessário à priori perceber de forma clara as tendências para o futuro das cidades, aliando a Prospectiva ao Planeamento Estratégico, isto basta para perceber o quanto esta abordagem pode ser interessante.

Sobre Coimbra o autor diz o seguinte: "Coimbra tem um potencial de certa forma semelhante ao de Braga, mas com algumas fragilidades adicionais.Dispõe também de uma universidade de prestígio e de uma actividade de incubação muito intensa.No entanto, a cidade tem menor massa crítica e enferma de uma erosão que afectou a sua base económica ao ponto de a tornar excessivamente dominada pela universidade e pelos hospitais,dependendo,portanto,sobretudo do Estado. Em termos de conectividade, Coimbra beneficia de uma maior proximidade da capital,mas perde na distância ao aeroporto internacional. A tradição estudantil coimbrã e o património arquitectónico do núcleo original da Universidade são activos tributários da autenticidade da cidade, embora de potencial limitado no quadro do seu posicionamento internacional. Vejo em Coimbra uma clara vocação intelectual, com especial ênfase na área da saúde, podendo a cidade aspirar a uma projecção internacional. A dimensão inovadora, também relevante, é prejudicada pela fragilidade do tecido empresarial envolvente, onde as soluções poderiam ser testadas antes de endereçarem mercados mais vastos. O crescimento populacional e a diversificação da base económica são condições críticas para o sucesso da cidade."

Esta análise, apesar de trazer pouco de novo às análises já feitas, feita por alguém que não é de Coimbra e é estudioso destes assuntos é pertinente porque demostra de forma inequivoca que perdemos claramente os últimos 10 anos, estivemos imóveis, não mudámos absolutamente nada... as responsabilidades são de muitos mas o Município liderado pela coligação PSD/CDS/CDU tem a fatia de leão.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Politica de Turismo para Coimbra...reflexão


O Turismo é um sector económico que por si só representa 11 % do PIB nacional e 10 % dos empregos. Entre 2004 e 2010 a % de participação deste sector no PIB variou cerca de 3% (de 8% para 11%). O Objectivo do PENT é atingir em 2015 15% do PIB.
Curioso é observar que só recentemente chegam a público, e nomeadamente às televisões dos portugueses, as campanhas publicitárias que mostram um país que muito poucos portugueses conhecem.
Tudo isto poderá ser fácil de perceber quando o Sr. Presidente da Republica sugere aos portugueses que “vão para fora cá dentro”. Mas pergunto-me, é preciso vivermos uma crise para nos apercebermos que temos um país magnífico por explorar? Será que necessitamos que venham os nossos “clientes” do estrangeiro dizer-nos que Portugal é lindíssimo?

Faz todo o sentido definir e desenvolver uma estratégia nacional de turismo. Somos um país pequeno, mas de imensos recursos. Quantos deles subaproveitados; quantos deles subestimados em prol dum destino paradisíaco estrangeiro, porventura e comparativamente mais barato.
Felizmente temos Entidades que nos indicam o caminho mais correcto; que tentam rentabilizar os meios disponíveis e optimizar ao máximo os seus recursos, em prol dum bem comum, dum bem nacional. Em prol da melhor promoção e divulgação da marca Portugal.
O Centro de Portugal é uma marca que todos conhecemos. Mas há quanto tempo? Quem não se lembra de ouvir slogans de Aveiro, Figueira da Foz, Viseu, entre muitas outras cidades do centro? Faz todo o sentido promover regiões que se complementam, faz todo o sentido integrar parcerias que nos levem além fronteiras, quer sejam elas a norte ou a sul do País.
A Entidade de Turismo do Centro encerra em si o árduo trabalho de promover 58 municípios, todos diferentes, mas todos com enorme potencial. O afamado PENT definiu para o centro 6 produtos estratégicos, de acordo com os recursos existentes na região:

Produtos core: touring cultural e turismo natureza

Produtos complementares: golf, resorts integrados/turismo residencial, saúde e bem estar e gastronomia e vinhos (para combate à sazonalidade)

Se me permitem, ouso dizer que produtos como o sol e mar, turismo náutico e turismo de negócios são estratégicos para o crescimento da região, quer pela industria e serviços aqui instalados, quer pela nossa costa marítima.
A redefinição do PENT é por isso essencial, respeitando as estratégias e dinâmicas regionais e locais.
Onde está Coimbra e que produtos promove?
Coimbra está a perder tempo; Coimbra está a perder força e mercado, Coimbra está sobretudo a perder turistas... Coimbra lamentavelmente não tem uma estratégia!

Coimbra vive de, para e com a Universidade mais antiga do País. Mas será suficiente continuar a viver à sombra de tão magnífico monumento? Será que os clientes deste honroso património não merecem mais respeito dos líderes desta cidade, desta linda cidade que em tempos foi capital do Centro?
O potencial turístico de Coimbra é ilimitado.

Comecemos por observar a sua localização: centro do país, a meio caminho de Lisboa e do Porto. Ponto de passagem? Porque não? Aproveitemos esta mais-valia. Criemos opções que levem os turistas a fazer um desvio na A1…É essencial realizar este cross-selling.

Tiremos proveito dos Hospitais; tiremos proveito da fama que temos e que conotou esta cidade como uma referência no sector da saúde em Portugal e no estrangeiro.
Tiremos proveito da Universidade! Estudantes temos aos milhares; professores temos às centenas; corpus científicos credenciados temos excelentes grupos formados.

Coimbra já foi uma referência cultural e cientifica nacional.

O Turismo de Negócios pode e deve ser estrategicamente explorado.
Continuamos a ter os recursos ao dispor, porque não os rentabilizamos?
Vão me dizer, mas Coimbra tem milhares de turistas por ano que visitam a Universidade, as Igrejas, que vêm participar nas festas religiosas e na Queima das Fitas.
Pergunto eu: e onde fica a dinâmica local? Onde fica o desenvolvimento da economia local? Quero dizer, onde se gasta dinheiro? Nos centros comerciais? Sim, com certeza que sim, mas a cidade precisa de inputs mais fortes.
Um Convention Visit no centro.

Coimbra precisa de promover as diligências necessárias e sobretudo é essencial que demonstre vontade de dinamizar esta estrutura. Coimbra deve e pode liderar este projecto.

Certos lobbies dirão que Aveiro reúne melhores condições, porque tem mais industria.

Mas Coimbra sairá seguramente a ganhar se souber conjugar o seu patrimínio histórico cientifico-cultural.
Quando temos destinos concorrências, temos de nos distinguir, temos de saber realçar os nossos pontos fortes. Coimbra, por si só, é um ponto forte!

Começamos a perceber como é essencial preservar, manter, requalificar, adaptar.


Podemos apontar o Museu Nacional Machado de Castro ou o Mosteiro de Santa Clara a Velha como bons exemplos do que devemos fazer para que a nossa identidade perdure…

Foram criados espaços verdes para promoção da vida familiar….

Até os centros comerciais, os estádios de futebol ou mesmo a tipologia das grandes superfícies, fazem toda a diferença.

Um destino turístico deve ser completo. Deve reunir as melhores condições antes, durante e após a visita dos seus turistas. De que vale ter um hotel de 4 estrelas, quando o room–service é de duas ? É essencial tomar consciência que é preciso melhorar a qualidade de serviço, que é uma mais valia planificar com coerência o território e, cada vez mais, é crucial proteger o ambiente, que é um recurso básico e cheio de potencial turístico.
O mundo está em constante mutação; os turistas são cada vez mais exigentes, nós temos de ser ainda mais exigentes. Temos de ser nós a criar a necessidade no turista e não esperar que a necessidade nos seja apresentada.
Felizmente ou não, quase tudo já foi inventado.
Copiar os bons exemplos, não é plágio, é sinal de inteligência.

terça-feira, 6 de março de 2012

Pensamento do dia...Poder local para onde vais...

..."Em Portugal, no período político anterior ao 25 de Abril de 1974 (Estado Novo), as autarquias locais estavam sujeitas a uma Inspeção Administrativa, integrada na Direção-Geral de Administração Local, a qual, para além de uma tutela de legalidade, destinada a verificar se os seus atos estavam em conformidade com a lei (art.º 372.º do Código Administrativo), exercia também uma tutela de mérito e diretiva, averiguando se as decisões eram as mais convenientes, orientando e dando instruções (art.ºs 372.º, 373.º, 377.º e 378.º, n.º 1, do mesmo Código)."...e
...Com o regime democrático nascido do 25 de Abril de 1974 as autarquias locais adquiriram uma verdadeira autonomia, passando os seus órgãos a ser eleitos pelos cidadãos nelas residentes e com a Lei n.º 79/77, de 25 de Outubro, a tutela administrativa foi limitada à verificação da legalidade das decisões dos órgãos autárquicos, efetuada pela Inspeção-Geral da Administração Interna e sob a superintendência conjunta dos Ministérios da Administração Interna e das Finanças, regime legal que veio a ser consagrado pela Constituição da República Portuguesa pela Revisão Constitucional de 1982."...

E agora pergunto eu...estamos a caminhar em que direção...

segunda-feira, 5 de março de 2012

Pensamento do dia...Associativismo para onde vais...


Vivemos momentos de grandes dificuldades de participação voluntária nas diversas Associações, o que põe em causa a sua continuação. Não podemos deixar de participar, seja de que forma for, sob pena de vermos morrer uma das formas mais salutares de participação da sociedade civil no quotidiano português. É a altura de repensar a forma como as Associações se organizam, como cativam os associados e como se apresentam perante a sociedade, mas também é altura de o Governo criar uma educação de base para a cidadania que comece nas escolas o trabalho necessário de educação das novas gerações de modo a que tanto a participação voluntária em Associações como nos actos eleitorais nacionais, primeira forma de participação cívica em democracia, comece a aumentar, deixando assim de estar em risco a continuação tanto das Associações como do regime democrático em si.