quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A responsabilidade da dívida do Município de Coimbra


A responsabilidade da dívida do Município de Coimbra


Entre 2001 e 2011 o Município de Coimbra aumentou a sua dívida total em 708%, passou de uma dívida de 9,2 milhões de euros para 74,8 milhões de euros, conforme demonstra o gráfico.
No final de 2001 o Município de Coimbra tinha disponibilidades imediatas de 12 milhões de euros, superiores ao total da sua dívida.
Estes são os factos, as análises serão diversas dependendo de quem as proferir, agora a responsabilidade da dívida, essa está bem identificada.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Análise ao Orçamento e GOP´s do Município de Coimbra para 2013

Análise ao Orçamento e GOP´s do Município de Coimbra para 2013

1º - Verifica-se uma redução de cerca de € 10.000.000 (7,13%) no Orçamento Inicial comparando com 2012, o que se percebe tendo em conta o enquadramento financeiro e económico nacional e o contexto especifico dos Municípios;

2º - Surpresa é que apesar da diminuição do orçamento temos um orçamento mais empolado que o de 2012, as Receitas de Venda de Bens de Investimentos aumentam 19% (€ 4.000.000), quando todos sabemos que esta rubrica tem tido uma média de execução desde 2009 de cerca de 8,5%;

3º - Teremos uma execução previsivel no final de 2013 relativamente ao orçamento inicial de cerca de € 100.000.000 por isso facilmente se constata que empolaram o orçamento para acomodar as dividas de curto prazo que devem andar perto dos € 20.000.000, ou seja temos um orçamento pior (mais empolado e menos verdadeiro)que o do ano 2012 e que não vai ter capacidade de reduzir as dividas de curto prazo;

4º - A acrescer a isto percebemos da leitura da execução dos projetos QREN a Novembro deste ano que a Obra do Convento está faturada a 50%, o que se vai traduzir previsivelmente numa faturação dos outros 50% no ano de 2013, e estamos a falar de cerca de € 11.000.000, isto tudo para valores de trabalhos contratuais, ainda poderão ocorrer trabalhos imprevistos. Este facto acresce aos anteriores para perceber que a divida de curto prazo corre o sério risco de não diminuir no final de 2013, podendo mesmo agravar-se de forma substancial;

5º - Percebe-se por isso a preocupação de se apresentar na proposta um quadro comparativo do orçamento com e sem Convento. Como dissemos no ano passado desde 2011 que vivemos orçamentos do "Convento";

6º - Da leitura desta proposta surge outra preocupação: onde estão previstas as despesas e as receitas do Turismo, sabendo que a empresa municipal tem que ser extinta até Fevereiro de 2013? Percebe-se pela leitura das GOP´s que a orgânica 03-Gabinete de Inovação e desenvolvimento económico irá suportar essas despesas, mas parece que está muito sub-orçamentada, faltam orçamentar algumas despesas que aparecem apenas com € 10. A pergunta que fica é se com este orçamento não deveria vir já a proposta de extinção da empresa e a totalidade dos reflexos orçamentais já deveria vir reflectida no orçamento? Sobre Turismo a única coisa que se consegue perceber de forma clara é uma transferência para a "defunta" empresa no valor de € 391.392;


7º - Analisando as dotações definidas nas GOP´s e a importância dada a cada Objectivo/Programa percebe-se que a "Cidade Solidária e Saudável" é o objectivo que mais decresce com -16,83%, estando o país e a cidade a viver problemas tão complicados de pobreza e exclusão social não se percebe esta opção. Os números por vezes têm segredos por desvendar mas estes sinceramente não conseguem demonstrar a preocupação social que se necessitava por parte do Município.
 
E ainda e depois de ler as notícias de jornal sobre este orçamento:
 
8º - Sobre redução de pessoal, não poderia ser de outra forma porque as medidas do governo a isso obrigam. Agora da leitura do orçamento as despesas com o pessoal aumentam 10,30%. Porquê? Será pela reposição de um dos subsidios!
 
 
9º - Sobre o transporte público obviamente que a não subida de preços é importante, mas em termos de GOP´s a função social do tranporte público diminui -25,74%, como é que o Município pretende compensar a empresa? De alguma forma tem que o fazer, porque se não entra via venda de bilhetes tem que entrar via compensação de resultados. Acho importante que o executivo explique!
 
 
Conclusão:
 
Relativamente à Prestação de Contas de 2010 o PS Coimbra  dizia o seguinte, passados dois anos as conclusões e preocupações são as mesmas:
1º -os orçamentos comecem a espelhar a realidade da capacidade de arrecadar receita do Município e não a virtualidade que têm sido até agora;
2º -se contenha a despesa corrente encontrando as melhores soluções para a gestão da autarquia;
3º -se apresente rapidamente à discussão um modelo financeiramente equilibrado de gestão do Centro de Congressos;
4º-seja apresentada uma análise consolidada do Grupo Municipal onde esteja evidente todos os passivos assumidos e todos aqueles que resultarão de compromissos já assumidos para o futuro pelos vários parceiros municipais, incluindo o Município.
Preocupa-nos que a situação financeira do Município se esteja a agravar num momento de crise nacional e num momento em que uma infra-estrutura tão pesada como o Centro de Congressos está em fase de execução e com previsão de inicio de funcionamento para breve.