quarta-feira, 16 de maio de 2012

Pensamento do dia...ainda o Centro de Congressos de Coimbra..

Nas últimas intervenções que tenho feito e nos artigos e posts que tenho publicado tenho insistido que a gestão pública precisa de se aproximar dos cidadãos através da implementação de novos modelos de participação. A pólvora já está inventada e muitos destes modelos têm sido implementados com muito sucesso em muitos organismos públicos. Os Orçamentos Participativos são caso de sucesso em muitos municípios portugueses, estando neste momento já em implementação uma 2ª geração destes modelos mais direccionada para algumas áreas temáticas da gestão municipal. As Comissões de acompanhamento dos Orçamentos Municipais ou de acompanhamento de projectos específicos não são tão vulgares no panorama nacional mas internacionalmente, nomeadamente nos países Anglo-Saxónicos, são modelos muito amadurecidos e com muito sucesso.
Isto vem a propósito do Centro de Congressos de Coimbra, projecto orçado em muitos milhões de euros, que terá um impacto enorme no futuro das contas Municipais e mais relevante um efeito de alavanca em muitas actividades estratégicas para o futuro de Coimbra. Em suma, estamos a falar do maior projecto Municipal dos últimos anos e previsivelmente dos próximos. Sobre este projecto os cidadãos não foram chamados a participar na DECISÃO, no ACOMPANHAMENTO e agora no FUTURO, quando digo participar não me refiro à aprovação de um projecto eleitoral onde este investimento aparece, refiro-me a uma participação efectiva, destacando o projecto e tornando-o acompanhável. É urgente exigir do Município um ponto de situação do projecto (orçamento vs execução previsivel) e é urgente que a discussão em torno do futuro da gestão do projecto, do impacto no futuro das contas municipais e o futuro deste projecto no contexto da estratégia de desenvolvimento para Coimbra no médio e longo prazo se torne pública de forma a que todos o cidadãos possam perceber e assim decidir como querem que este projecto condicione a sua vida, quer de forma positiva naquilo que vai alavancar e fazer crescer, como naquilo que seguramente terá menos meios pelo desvio necessário de verbas para a gestão deste projecto. São estas a verdadeiras decisões que condicionam a vida de todos em sociedade e são para estas que o cidadão tem que ser chamado a participar, senão, chamar participar o votar de quatro em quatro anos, será uma redução da democracia ao seu minímo essencial e nos tempos actuais o cidadão quer mais e por isso é urgente que o Municipio de Coimbra saia do "bunker" onde está e se abra à participação dos cidadãos com novos modelos e novas formas de interacção.