quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pensamento do dia...Turismo de Coimbra...Cosmética Contabilística...

No meu último post disse que o resultado contabilístico da Empresa Turismo de Coimbra era cosmética contabilística, disse-o apesar de na altura ainda não conhecer a totalidade dos documentos de prestação de contas porque conheço suficientemente bem o negócio para o perceber desde logo. Agora, tendo analisado com cuidado a prestação de contas desta empresa municipal, deixei de ter dúvidas da minha afirmação, tenho a certeza:
O resultado liquido da TC foi em 2011 de cerca de 200.000 euros positivo, bom resultado pensaríamos nós numa primeira análise, agora vamos analisar os números. A TC não alterou substancialmente o Plano de Actividades de 2010 para 2011, prácticamente são as mesmas actividades, mas reduziu os Gastos de Fornecimentos e Serviços Externos em 740.000 euros, que grandes gestores!!!...enfim ou os anteriores responsáveis gastaram de forma irresponsável ou os actuais têm um mecenas desconhecido que lhes paga as contas...não consigo responder...o Relatório da Administração apesar deste feito quase milagroso nada explica como o conseguiu...é coisa nunca vista gestores tão eficientes não explicarem os seus méritos.

Este é sem dúvida o facto que melhor explica o Resultado Liquido de 2011, porque dos outros agregados só os Subsídios de Exploração e os Gastos com o Pessoal tiveram grandes variações, mas que ao contrário dos FSE, estão devidamente explicados no Relatório de Gestão.

Este tipo de negócio quando Municipalizado vive substancialmente de transferências do Município, e no caso da TC isso confirma-se 96% dos Proveitos são transferências da Câmara.

O PS tem afirmado repetidamente que a TC não tem razão de existir porque o seu plano de actividades pode ser cumprido pelo Município através de um Departamento de Turismo, a dependência deste tipo de atribuições de verbas municipais faz com que se possa antever em futuras Leis de enquadramento a obrigatoriedade de extinguir estas empresas, por isso será uma questão de tempo até ver a pretensão do PS cumprida. É importante salientar que o PS nunca pediu a extinção da empresa por esta estar em falência técnica, antes, sempre disse que isso reforçava esse pedido...por isso se tanta engenharia contabilística era para tentar demostrar a viabilidade da empresa, perderam tempo...porque os 96% de dependência em relação ao Município e o Plano de Actividades desolador...não deixam margem para protagonismos politicos...

Falando de estratégia para o Turismo de Coimbra...para quando a integração no Turismo do Centro e na estratégia nacional...e a articulação com os empresários do sector...e o acompanhamento da candidatura de Coimbra na UNESCO...e que pensam sobre o futuro Centro de Congressos...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pensamento do dia...Análise à Prestação de Contas do Município de Coimbra...

Conforme prometido e depois de ter acesso à prestação de contas do Município de Coimbra fica aqui a minha análise sucinta:

 - Em termos orçamentais o Município de Coimbra continua a apresentar uma execução baixa (64%), apesar de melhor que no ano anterior, este resultado significa que os orçamentos apresentados são exercícios de ilusão financeira (dos 150.000.000 euros orçamentados só cobraram cerca de 100.000.000),mas em termos de compromissos assumidos o nível de execução é muito maior o que demonstra que o Município não consegue pagar os compromissos que origina em cada exercício e isso está bem patente no aumento de 34% das dividas a terceiros de curto prazo em apenas dois anos (de 2009 para 2011), num momento em que se avizinham grandes dificuldades para os Municípios, Coimbra aumenta o seu Passivo.
É facil de perceber que para este aumento a obra do Centro de Congressos contribui significativamente e por isso o PS tem vindo a solicitar insistentemente uma reunião só para discutir o futuro do Centro de Congressos e para perceber o impacto desta obra na gestão de curto/médio prazo das finanças municipais, nomeadamente a relação entre capitais próprios e financiamento QREN na execução desta obra e perceber de forma clara se há desvios na obra e quais os montantes. Discutir o futuro deste Centro de Congressos pode ser a diferença entre afundar o Município ou traçar um futuro com esperança, outras obras desta dimensão têm afundado financeiramente Municípios vizinhos, concelhios e distritais, principalmente porque houve falta de discussão e acompanhamento tanto por parte dos decisores políticos como pela população. Aqui está um bom exemplo para iniciar a Gestão Participada do orçamento.

Não quero deixar de falar sobre as Empresas Municipais: O Município de Coimbra tem um montante considerável de Investimentos Financeiros em participação em empresas municipais, algumas das quais onde detém participações totalitárias. Se empresas como as Águas de Coimbra têm aumentado o valor dos seus capitais próprios outras como a Turismo de Coimbra e o IParque têm contribuido de forma negativa para o valor do Grupo Municipal, esta análise tem que ser feita com muito cuidado porque muito do cumprimento dos limites de endividamento do Município assentam nestas participações.

Finalmente sobre a Turismo de Coimbra e conhecendo suficientemente bem o negócio só posso dizer que o resultado apresentado é cosmética contabilistica e fico estupefacto como sem consultar a Assembleia Geral da empresa o antigo fiscal único é convidado a sair e um novo entra, caso não saibam o Fiscal ùnico é um orgão e tem que ser nomeado ou destituido na Assembleia Geral, que neste caso é a Câmara, isso de ratificações à posteriori...para um orgão fiscalizador...deixo para outros no futuro analisar do ponto de vista legal...agora de ético tem pouco...